A abordagem Psicodinâmica é uma dentre as várias linhas de trabalho existentes na Psicologia. Seus métodos e técnicas são baseados nas Teorias Psicanalíticas, cujos mais importantes teóricos são: Sigmund Freud, Melanie Klein, Jacques Lacan, Donald Winnicott, Anna Freud, entre outros.
Algumas de suas premissas:
- As representações internas (inconscientes) das nossas experiências são organizadas em função das vivências provenientes de nossas relações interpessoais mais significativas, principalmente, na primeira infância;
- Nossos processos mentais fazem uso de mecanismos defensivos que têm por objetivo afastar o desconforto causado por certas percepções ou desejos;
- O sintoma é compreendido como uma comunicação do sujeito a respeito de um conteúdo não nomeado, elaborado nem integrado por ele a respeito de si mesmo, suas vivências e conflitos em sua história pessoal;
- A fala da(o) paciente direcionada ao psicoterapeuta (associação livre na relação de transferência) revela demandas e dinâmicas inconscientes que conduzem o modo daquele sujeito funcionar no mundo, permitindo ao profissional fazer intervenções/interpretações que possam levar a(o) paciente a perceber padrões de comportamento e elaborar questões e conflitos que emergem no decorrer do processo, encontrando formas alternativas e menos penosas de lidar com o sofrimento psíquico;
- A escuta do profissional se define a partir da ética que compõe sua prática. Ela não está baseada no aconselhamento, nem leva em conta valores ou julgamentos da(o) psicóloga(o);
- O "passado" se manifesta no nosso modo de funcionar no presente. Porém o processo de terapia psicodinâmica pode justamente favorecer maneiras inéditas de o sujeito de relacionar consigo mesmo e com o mundo, fazendo escolhas diferentes em relação ao seu presente e também ao futuro;
Em resumo, o principal objetivo da psicoterapia psicodinâmica é promover um espaço seguro e confiável para o paciente, a fim de que ele possa:
• Compartilhar seu mundo interno;
• Desenvolver maior capacidade de auto-observação;
• Ter mais consciência de seus estados afetivos;
• Reconhecer padrões de comportamento;
• Encontrar outras expressões para seu sintoma;
• Estabelecer uma distinção mais clara entre si mesma(o) e o mundo;
• Obter melhora nas relações interpessoais;
• Dispor de um repertório mais amplo para responder às demandas que a vida lhe impõe.
REFERÊNCIAS:
- Abordagem psicodinâmica no tratamento dos transtornos alimentares - Soraia Bento Gorgati, Alessandra S Holcberg e Marilene Damaso de Oliveira;
- Estruturas de Interação na Psicoterapia Psicodinâmica de uma Menina com Transtorno de Adaptação - Fernanda Munhoz Driemeier Schmidt1, Marina Bento Gastaud e Vera Regina Rohnelt Ramires;
- McWilliams. Diagnóstico Psicanalítico: entendendo a estrutura da personalidade no processo clinico. Porto Alegre: Artmed, 2014.
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